segunda-feira, 30 de junho de 2008

Um breve apelo.

O ato de reclamar é uma arte. Simples, acessível e distractiva.
Não precisa de faculdade, mestrado, nem mesmo inspiração. Apenas tempo livre.
Confesso que virei uma verdadeira artista nesse campo.
Afinal, pouco me importa a literatura, artes plasticas, e até mesmo cinema. O que eu quero é reclamar. E modéstia a parte, isso eu sei fazer muito bem. E como sei.

Mas é claro, que toda arte tem um processo. Não começei assim, tão boa. Apesar de ter um talento nato, fui me aprimorando ao passar do tempo.

Primeiro reclamava de coisas fúteis. Afinal, era fútil. E bem fútil. Fica uma dica: só sendo fútil para reclamar de coisas fúteis - para os interessados, alo chics!

Com passar dos anos, me potilizei o suficiente para passar a críticar. E é nesse momento que você sabe que a coisa está boa, quando a reclamação passa a ser crítica.
Quero dizer, por acaso já viu algum jornalista, sociólogo ou diplomata reclamando? Não, eles criticam.

De assuntos frívolos a crítica cheguei a um ápice dessa arte: reclamo de nada.
Nada não. Reclamo de vestibular, dos meus pais, e do meu professor de física. Sempre o mesmo assunto. Sempre os mesmo dizeres. Tudo a mesma coisa.

Mas, a partir do momento em que o assunto não muda, tudo banaliza.
O fato é que agora procuro novas coisas para reclamar. Procuro um cachorro de uma visinha que fez suas nessecidades em minha porta. Procuro um filho que bebeu tanto que bateu a cabeça na rua. Procuro qualquer coisa.

Hoje não deixarei abraços, beijos ou pedidos de desculpas. Apenas um convite ou apelo - interprete como quiser.
Se você por acaso, tiver qualquer reclamação inédita, ou pelo menos mais fundada, pegue seu café, acenda seu cigarro e compartilhe comigo.

Serei eternamente grata.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Para minhas queridas entidades.

Há um tempo venho ensaiando para criar esse blog.
Semana passada, submetida a uma inspiração repentina, resolvi começá-lo. Devido a minha repulsão cibernética, nem ao menos tentei.
Mas minha pequena anedota era, no mínimo, simpática.
Dissertei sobre minha revolta de ser obrigada a me relacionar com números. Dei voltas e voltas até chegar à conclusão de que sou grata por aqueles que calculam por mim.

Afinal, enquanto eles calculam, eu apenas sinto. Quero dizer, para que calcular o volume de um cilindro, se em minhas experiências com objetos cilíndricos a única coisa que faço é senti-los?

Mil maravilhas. Achei a perfeita metáfora, sobre o perfeito assunto para se começar um blog.
Fato que, após longas e longas horas de reflexão, resultou nisso em que vocês se deparam.

Mas devido a recentes acontecimentos, não encherei suas mentes com cilindros, reflexões ou analogias pornográficas. Começarei com um pouco mais de classe, e confesso – se me permitem o neologismo - de caretismo.

Já dizia o poeta: é impossível ser feliz sozinho. Impossível sim. Jamais imaginaria minha vida sem aqueles que me rodeiam. O fato é que tenho os melhores amigos que algum ser pensante, ou não, possa ter. E é por isso que me corta o coração ver algum deles sofrendo.
Entendo que há momentos que o sofrimento faz parte de um processo de cura, além de ser inevitável. Mas a vontade é de simplesmente avançar esse capítulo. Exatamente como quando você espera tanto a semana passar, para ver uma pessoa que completa todos esses cinco dias que ficam tão sem graça sem ela.
Ainda não posso avançar o tempo, nem mesmo curar uma ferida tão profunda. Pena. Mas para compensar minha falta de habilidades divinas, eu como uma simples mortal, ficarei sempre a distância de um saboroso café e um milagroso cigarro (e de um cheesecake, de um pão de queijo...).


Espero que voltemos a ver uma querida amiga dançando com aquele gingado que só um bicho-pau consegue ter.

Deixo um abraço,
e um pedido de desculpas por essa frase meio “non-sense” do final.

Beijos .