sexta-feira, 13 de março de 2009

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- Você conhece aquela cantiga: "Se alguém agarra alguém atravessando o campo de centeio"? Eu queria...
- A cantiga é "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio"! - ela disse. - É dum poema do Robert Burns.
- Eu sei que é dum poema do Robert Burns.
Mas ela tinha razão. É mesmo "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio". Mas eu não sabia direito.
- Pensei que era "Se alguém agarra alguém" - falei. - Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto - quer dizer, ninguém grande - a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluca. Sabe o quê que eu tenho fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no absimo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a unica coisa que eu queria fazer. Sei que é maluquice.
A danada da Phoebe ficou calada um tempão. Aí, quando resolveu falar, foi para dizer - Papai vai te matar.

JD Salinger - O Apanhador no Campo de Centeio, capítulo 22.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Sorbet de Limão

Está quente. Realmente quente.
Lá fora marcam uns 27 graus e até tarde chega-se em 31,32 graus. 32 graus da escala Celsius, é quase a temperatura do nosso corpo.

Já reparou que no calor seu corpo fica mole?
Levantar da cama é facil, já que ficar deitada no cochão me dá um calor desgraçado. Mas e a vontade de sair de casa?
Me dá aflição só de olhar para minhas calças. Mas quando se é mulher, sair de shorts em São Paulo é ouvir as piores barbaridades.

Ah, mais que calor. O sol não dá uma simples brecha e tudo em volta parece uma grande praia sem mar. E o pior, sem guarda-sol (ou seria guardassol?).
Andar os 5 quilómetros da Paulista parece uma jornada nordestina. A já conhecida pressa, que tanto enche as ruas de São Paulo, nesses dias são muito mais assutadoras do que normalmente. Todo mundo corre por uma sombra, voam em cima do cara que vende água por 1,50 no ponto de onibus, e aparentam muito mais desesperadas do que todos os outros dias.
Somos paulistas meu. Quem aqui tá acostumado com esse calor?

Quando o sol se põe tudo parece voltar a normalidade. Continua quente e os grandes termómetros da avenida marcam 27, 28 graus. Mas, agora todo mundo está mais calmo. O expediente terminou e a maiorida das pessoas aproveitam a meia hora antes do jantar para beber uma cerveja nos bares das longas calçadas da Paulista.

A vida nortuna no calor é muito mais legal, confesso.
Mas sinto tanta falta de passar aquelas noites frias de São Paulo. Porque de uma certa forma, essas noites chegam a ser únicas para mim. Unicamentes paulistas.
Um vinho, dois casacos e um cachecol.
E nada de suor.

O calor está latente e nada de vinho por esses dias. Troquei meu vinho pela deliciosa invenção dos franceses para tirar o gosto entre uma refeição e outra. O doce sabor refrescante do sorbet me alivia o calor desses dias, enquanto espero ressurgir os dias frios da terra da garoa.


Sorbet de Limão.
INGREDIENTES:1 1/2 xícara de chá de água1 xícara de chá de adoçante em pó para culinária1 xícara de chá de suco de limão2 claras em neve
MODO DE PREPARO:
Ferva a água com o adoçante por 15 minutos. Deixe esfriar e junte o suco de limão. Acrescente delicadamente as claras, despeje em fôrma de alumínio e leve ao congelador por 1 hora. Bata na batedeira até obter um creme. Retorne ao congelador até ficar firme. Sirva decorado com raspas de limão.