- Você conhece aquela cantiga: "Se alguém agarra alguém atravessando o campo de centeio"? Eu queria...
- A cantiga é "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio"! - ela disse. - É dum poema do Robert Burns.
- Eu sei que é dum poema do Robert Burns.
Mas ela tinha razão. É mesmo "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio". Mas eu não sabia direito.
- Pensei que era "Se alguém agarra alguém" - falei. - Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto - quer dizer, ninguém grande - a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluca. Sabe o quê que eu tenho fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no absimo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a unica coisa que eu queria fazer. Sei que é maluquice.
A danada da Phoebe ficou calada um tempão. Aí, quando resolveu falar, foi para dizer - Papai vai te matar.
JD Salinger - O Apanhador no Campo de Centeio, capítulo 22.
sexta-feira, 13 de março de 2009
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Um comentário:
Esse é o livro. No duro.
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