quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Crimes e Pecados

"Ele estava lá.
Entre seus familiares e amigos, tomava seu wiskhy previamente preparado por sua encantadora mulher.
Entre tantos sons emitidos pelas bocas daqueles que enchiam sua sala de estar, de longe se ouve o chiado do telefone. Sua filha, quase que despercebida, levanta e vai atendê-lo. Logo volta informando que era seu irmão do outro lado da linha.

Imediatamente passa a pensar se a notícia que lhe daria era aquela que estava esperando. Ao pegar o telefone, sem surpresas. Seu irmão lhe dizia que estava tudo certo e que, conseqüentemente, seus problemas haviam acabado. Porém, em sua mente, a solução dada por seu irmão, só faria começar uma série de outros problemas em que todos eles seriam acompanhados por um sentimento de culpa e ao mesmo tempo, medo por sua vida acabar atrás das grades.

Ao voltar para companhia de seus ilustres convidados, não parava de pensar no que estava acontecendo. Imediatamente vem a sua mente a imagem dela em um momento qualquer que passaram juntos. Sua cabeça não deixava agir normalmente.

Sua mulher pergunta se está tudo bem. Seu olhar não consegue mentir e, portanto sua boca faz esse serviço. Lamenta não poder ficar e acaba inventando uma desculpa relacionada a seu trabalho. Com a mesma feição de que algo estava errado, se despede de seus adoráveis amigos e segue para conseguir acreditar na notícia que seu irmão lhe dera.

Chega aquele apartamento que foi tantas vezes freqüentado por ele mesmo. Ao abrir a porta, preparado com suas luvas de couro pretas, afim de não deixar vestígios de sua permanência lá, depara-se com o corpo recém morto da mulher com quem manteve uma relação extraconjugal.

Ela o fitava diretamente em seus olhos como se soubesse que ele viria vê-la após seu assassinato. Sua boca escorria sangue, ao mesmo tempo em que mantia um lindo sorriso no rosto. Assim, morta, assassinada pelo homem que tanto amava, estava feliz, pois sabia que os problemas de seu amado terminariam com sua morte.

Deparado com essa cena de covardia, o ser tão amado busca pela casa indícios de sua relação. Não pelo fato que poderia sentir falta dela, mas sim, por medo de que algum dia virasse suspeito, ou mesmo culpado. Tudo que leva disso, é um porta retrato."

Cena de Crimes e Pecados - Woody Allen

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Deus

Ultimamente, minha vida tornou-se tão cheia de coisas que nem tenho tempo para meus próprios pensamentos. Mas, não posso ignorar a época. Vai chegando o fim de ano, e até os seres menos pensantes passam a refletir sua vida. Eu, porém, como uma eterna pensante, chego a uma conclusão, que por mais clichê e piegas que possa parecer, me faz ser quem sou.

Tudo começou com uma discussão domingueira sobre o significado de Deus.

Do dicionário tirei o seguinte:
do Lat. Deus

s. m.,
ser supremo, infinito, perfeito, criador do Universo;
divindade;
causa primeira e fim de todas as coisas;


Apesar de ter gostado mais da última, ainda não tinha me convencido.
O fato é que esta resposta depende do ponto de vista.
Os cristãos, acredito eu, tem Deus como criador do céu e da Terra. Os ateus nem mesmo nele acreditam. Os romanos, egípcios, assim como todos os politeístas, na falta de um têm vários. Mas, existe apenas um que é uma divindade masculina, superior aos homens, à qual se atribui uma influência especial, benéfica ou maléfica, nos destinos do Universo.

Seja qual for seu significado, hoje, sinto-me mais próxima de Deus. Não o Deus católico, romano ou egípcio. O meu Deus. Este vem na forma de mulher, um tanto quanto pequena e que me gerou nove meses em seu ventre.
Ironicamente meu Deus é o maior e o mais forte. Deu a mim toda a força para agüentar os tropeços da vida, e faz constantemente que esta força cresça. Acompanhou-me desde meus primeiros passos e sofre como eu sofro.

Meu Deus é humano no sentido mais completo desta palavra. Com suas falhas, que o faz tão especial, é benigno, compassivo e bondoso. Tem um sentimento que poderia cobrir todo o mundo de paz.

Hoje, não imagino minha vida sem ele. Mesmo quando não presente fisicamente, está lá em todos os meus gestos, pensamentos e modo de encarar a vida.
Estarei sempre como ele, pois sei que não me abandonará apesar de todos meus defeitos, quase que imperdoáveis.
Na meia-noite, desse seis de dezembro de 2008, completará mais um ano de vida e apenas o que posso oferecer é minha eterna devoção e esta sincera homenagem.


Mãe, feliz aniversário.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Segunda-feira

Que preguiça, pensava.
Era segunda-feira e meu estado de espírito não seria diferente.

O dia começara cedo. Abri os olhos com uma vontade absurda de fechá-los, mas a sede de enfrentar tudo que não está acabado me fez abri-los. Meus pés pareciam não obedecer minhas necessidades. Levantei de um modo que só forças divinas explicariam, segui em direção ao banheiro com os olhos entreabertos. Sufoco.

A água quente que havia percorrido todos os canos de meu prédio até chegar ao chuveiro caia nos meus ombros e ao correr meu corpo tirava toda a energia acumulada de tantas noites mal dormidas. Olhava para cima e a luz advinda das lâmpadas incandescentes pareciam querer me despertar. Foi em vão. Ainda enrolada na toalha deitei em minha cama esperando encontrar lá um amparo para minha sonolência. Dez minutos passaram e então fui interrompida pelo cortante e ensurdecedor som de meu despertador.

A cada peça de roupa que colocova, ao mesmo tempo que crescia minha dúvida se o dia seria de verão ou de inverno, tentava me conformar com o fato de estar acordada aquele horário. A árdua tarefa de me trocar foi seguida do momento mais sagrado de meu dia: o café da manhã.

O delicioso cheiro de bom dia me chamava na cozinha. Aquele saboroso líquido escuro parecia me fitar desde o momento em que coloquei os pés no gelado piso de granito da cozinha. Nosso encontro não poderia ter sido melhor. Costumo dizer que minha relação com o café é, talvez, a mais perfeita e incondicional que tenho em minha vida.

Após diversos goles de café, parecia que o dia teria um pouco mais de sentido. Mas segunda-feira nunca tem sentido.

Segui até minha prisão diária e chegando lá, deparei-me com os mesmo rostos. Enfilerados na frente daquele portão bege que não nos protege de nada, além de nossa própria liberdade, todos estavam do modo que deveriam estar.

O dia não teve novidades. Como de costume, entrei por aquelas portas de vidro com meu documento de indificação na mão e subi as tortuosas e cansativas escadas que me levariam ao inóspito ambiente que é minha sala de aula, ou melhor, minha cela.

Sentei-me naquelas pretas cadeiras de couro e não sentia a mínima vontade de olhar para a cara do homem que se assemelha a um urso polar. Sabia que deveria abrir meu material, mas aquela preguiça não deixava. O homem com cara de urso polar chamou minha atenção. Qual é o domínio da função, me perguntou. Na minha cabeça também me perguntava se era importante saber o domínio da função, digo, não sei nem o domínio de minha vida.

Contrapondo o triste som de meu despertador, o ruído do sinal que anunciava o fim do período das aulas soava com uma sinfonia beethoveniana em D menor.

Aquela segunda-feira acabou com o sentimento de destruição das segundas-feiras. Apesar de que se esta não existisse, odiaria a terça-feira do mesmo modo.

Foi uma dia estranho, e se definida por uma amiga minha com alargadores brilhantes, foi um dia X. Percorreu aproximadas vinte e quatro horas apenas para registrar um número no calendário. Assim nasceu, assim morreu. X.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Chorou.

Parece que nem foi grande coisa, nem grande conquista, nem grande sorriso. Veio, passou, foi. E agora, cadê?
Que sentimento é esse que deveria ser partilhado? Ser mútuo? Até quanto isso importa?

Faço um lágrima cair. Faço outra pessoa chorar, e mesmo assim , não tenho vontade de voltar atrás ou me desculpar. Chego a um ponto que não ligo, quando tudo me atravessa.

A felicidade não deveria ser explicada ou justificada. Assim como nenhum sentimento. Quando eles são verdadeiros, não precisam de tradução, eles falam por si só. São transparentes, simples e intensos. E fim.

Aquela lágrima caiu e até hoje não sei o que significou. Medo, tristeza ou raiva. Não sei. Garanto que saber a razão pela qual aquela lágrima escorreu, seria o fim de minha angústia, ou o começo de minha depressão.

Cumpri o meu dever momentâneo. Bati o cartão. Fechei o expediente com sucesso. Porém ganhei apenas o vale refeição e o vale transporte para poder voltar a situação que me encontrava. Algo falta. Sim, existe um abismo entre o vale transporte e a promoção à gerência. E mesmo assim, não será o suficiente.

Apesar dos pesares, me sinto completa dentro de minha "incompletez". Sigo meus limites que nem sei quais são. É estranho, porém, olhar para frente e se deparar com as costas de seus deuses. Aqueles próprios deuses. Eles estão virados para outra súdita, que no momento, parece merecer mais suas atenções que eu.

Enfim, é o fim. Fim de uma fase que foi realizada com louvor e terminou meio sem eira nem beira. Mapeada, datada, acabada. Ponto.
Enfim, chegou o fim.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A ditadura do chazinho

Ultimamente tenho discutido muito sobre o futuro de minha geração. Admito que sempre acabamos idealizando os grande revolucinários do passado. Mas ao colocarmos o pé no chão, avistamos um cenário jovem decepcionante.

O que vemos é uma infestação. Um vírus conservador dominou a maioria dos jovens, que deixaram de sonhar. Colocaram em nossas cabeças que o importante é ter um bom diploma, uma família e um emprego que preste. E no final, o que queremos - ou pelo menos assim achamos - é ter um bom diploma, uma família, e um emprego que preste.

Pare para pensar. Quem foi que disse que isso é ter uma vida descente?

Outro dia fui reprima por tomar meu chá durante o intervalo de aula. Aquela repressão gratuíta, e o opressor olhar de meu cordenador deixou às claras muitas das perguntas que me artodoavam.
O fato é que somos ensinados constantemente a odiar o "errado" e idrolatar o "certo".
Além de dotada de preconceitos e de pensamentos disvirtuados, o grande furo dessa idéia é que não existe nem o "certo", nem o "errado", uma vez que tudo depende do ponto de vista a ser analizado.

Isso volta ao futuro que esta geração tende a trilhar.
Até quando continaremos a querer fazer apenas o "certo", esquecendo de que existe um mundo aí fora que grita por uma liberdade, que discretamente, é abafada?

Mas, para você, amigo, que sonha em revolução, ainda te deixo uma esperança. Existe uma porção de grandes causas. Aqui te deixo uma: lute, sem cansar, pelo o fim do tabagismo. Anote essa idéia no seu caderno de papel reciclável e a espalhe por aí.
Afinal, o que é a fome e a corrupção perto do tabagismo?

Avante geração de 90, libertem-se!


Os Sonhadores- Bernardo Bertolucci

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

o para sempre, sempre acaba?

O tempo não passa. Não quando queremos que ele passe.
E bem quando estamos aproveitando sua lentidão, ele resolve correr. Quando corre ... Ah, aí ele não pára. O tempo não pára.

E quando vemos já passou. Estamos formados, responsáveis pelos olhos da lei, já não vamos mais a baladas. Os cafés matutinos são trocados por reuniões de pais e professores. Os baseados já não nos pertencem. Os cigarros nem têm mais graça, na verdade agora eles são um fardo, um vício.
O que fica são as lembranças de uma época de esplendor. Todas as risadas ficam guardadas e esperançosas de voltarem à tona. Ah, que lembranças!

- Lembram daquele dia em que pulamos na rua cantando? Acompanhados de uma alegria sem sentido, mas tão viva? E daquela vez em que...
O que fizemos mesmo? Estava em minha cabeça até agora. Assistimos aquele filme, daquele diretor. Como pude me esquecer? Gostava tanto de seus filmes. Como se chamava?

Ás vezes parace que fomos feitos um para o outro. Todos nós.
E então eu me pergunto: será que um dia seremos assim? Nos reuniremos apenas para falar do que fizemos, cheios de orgulho de nossas aventuras juvenis?
Ou nem mesmo nos lembraremos? Apenas deixaremos o tempo - compositor de destinos - levar tudo embora?

O que acontecerá pouco sei. Nem tenho como saber. Pensando bem - como dizia Caeiro - Pouco me importa.
Apenas sei e, tenho a certeza que terei o que contar.

Isso por enquanto me basta.

2046 - Os Segredos do Amor, Wong Kar-Wai.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

16:30

"16:30 - Estava sem grafite. Isso me fode. Se o texto não está à lapiseira, não gosto do que escrevo.
Ignorei meu lado metódico e achei um lápis. Fui procurar um apontador, e que surpresa. Achei uma caixa Pentel de grafite 07. Aquela caixa foi uma alegria. Na verdade, a única coisa que me entusiasmou nesses últimos dias.
O dia está chuvoso. Ele clama por um cigarro. Não só ele como o maço de Camel ao meu lado. Ah, Camel! Esse faz meu dia.
Que dia. Que dia é hoje. Chuvoso. Muito chuvoso.
Quero dormir. Aliás, devo acordar minha irmã. Ela me pediu.
Engraçado, datei essa folha com o ano de 2003. No fundo acabo negando que o ano é 2008, que tudo está mudando, e que estou em Agosto.
"Mês do cachorro louco". Agosto. 08 do 08 de 2008.
Estou na pior hoje. E é sexta-feira. Não é treze, é oito. 08 do 08 de 2008.
Preenchi a ficha da fuvest hoje. Carreira 224, curso 39, Curso Superior do Audiovisual. Duas palavras: bela bosta.
Uma ficha que para muitos definem a vida.
Para mim, não. O que está em jogo é algo muito maior. Define a minha relação com meu pai. Para ele tenho uma única obrigação como filha: entrar na faculdade. Minto, entrar em uma boa faculdade. O que implica que pouco lhe importa meu comportamento perante a ele. O que importa é a faculdade.
Até entendo sua postura. Nunca teve muitas oportunidades para estudar e fez de tudo para que eu tivesse o sucesso acadêmico que não teve.
Não. Na verdade não entendo, e estou cansada de bancar a racional, que entende a todos sem ser entendida. Não mereço o tratamento que recebo dele. Não entendo, e nesse momento, me recuso a entender.
O que será que eu vou cobrar dos meu filhos?
O que será que serei no futuro?
Será que não escolhi minha carreira de modo leviano?
Será que estou me isentando de responsabilidades?
Será que é isso que quero?
Será que agosto não vai acabar?
Será que minha irmã já acordou?"

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Axé, cachaça e putaria

"Porto todo dia, axé cachaça e putaria. Porto todo dia, axé cachaça e putaria. Porto todo dia, axé cachaça e putaria. Porto todo dia, axé cachaça e putaria. Porto todo dia, axé cachaça e putaria. "

Quem em sã consciência bradaria tais palavras em alto e bom som, repetidamente durante uma semana de estadia em Porto Seguro?
O assustador é que muitas pessoas não só bradariam, como assim fizeram.

Por tempos lutei contra essa frase.
"Café, cachaça e putaria" ? "Café, fumaça e putaria" ?
Não. Nada combinava.
O café era aguado, o cigarro - além de banalizado - tinha um gosto anormal, e a putaria... Bem, a putaria talvez tenha sido o melhor item dessa frase. Mas apesar das magistrais formosuras (se é que me entendem), o bom senso e amor próprio falaram mais alto.
Claramente era um corpo estranho naquele lugar.

Porém, foi exatamente quando parei de tentar adaptar tal frase que todos os elementos magicamente se transformaram, e eu realmente passei a aproveitar a Bahia.
O axé virou rock, a cachaça virou martini, e a putaria... Continuou putaria, mas não vou entrar nesse assunto denovo.
O fato é que "ser levada pela maré" muito me rendeu. Lembranças, risadas e até um tererê.
Porto é axé, é cachaça e é putaria. Com certeza. Mas, parafrasiando um amigo meu, é o tipo de experiência que toda pessoa um dia deve ter.

Sim, a garota crítica, cult e too cool for school acabou se rendendo a uma simples viagem de formatura e a toda aquela nostálgica confraternização de estar acabando o ensino médio.

Depois de tal vergonhosa revelação, o melhor que faço é encerrar esse texto por aqui.
Antes, deixo uma pequena sugestão.
Assistem Invasões Bárbaras do Denys Arcand. Por que, quem sabe desperte alguma nostalgia que faça com que vocês entendem esse leve sentimento de algo ter acabado.

Beijos, abraços.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Um breve apelo.

O ato de reclamar é uma arte. Simples, acessível e distractiva.
Não precisa de faculdade, mestrado, nem mesmo inspiração. Apenas tempo livre.
Confesso que virei uma verdadeira artista nesse campo.
Afinal, pouco me importa a literatura, artes plasticas, e até mesmo cinema. O que eu quero é reclamar. E modéstia a parte, isso eu sei fazer muito bem. E como sei.

Mas é claro, que toda arte tem um processo. Não começei assim, tão boa. Apesar de ter um talento nato, fui me aprimorando ao passar do tempo.

Primeiro reclamava de coisas fúteis. Afinal, era fútil. E bem fútil. Fica uma dica: só sendo fútil para reclamar de coisas fúteis - para os interessados, alo chics!

Com passar dos anos, me potilizei o suficiente para passar a críticar. E é nesse momento que você sabe que a coisa está boa, quando a reclamação passa a ser crítica.
Quero dizer, por acaso já viu algum jornalista, sociólogo ou diplomata reclamando? Não, eles criticam.

De assuntos frívolos a crítica cheguei a um ápice dessa arte: reclamo de nada.
Nada não. Reclamo de vestibular, dos meus pais, e do meu professor de física. Sempre o mesmo assunto. Sempre os mesmo dizeres. Tudo a mesma coisa.

Mas, a partir do momento em que o assunto não muda, tudo banaliza.
O fato é que agora procuro novas coisas para reclamar. Procuro um cachorro de uma visinha que fez suas nessecidades em minha porta. Procuro um filho que bebeu tanto que bateu a cabeça na rua. Procuro qualquer coisa.

Hoje não deixarei abraços, beijos ou pedidos de desculpas. Apenas um convite ou apelo - interprete como quiser.
Se você por acaso, tiver qualquer reclamação inédita, ou pelo menos mais fundada, pegue seu café, acenda seu cigarro e compartilhe comigo.

Serei eternamente grata.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Para minhas queridas entidades.

Há um tempo venho ensaiando para criar esse blog.
Semana passada, submetida a uma inspiração repentina, resolvi começá-lo. Devido a minha repulsão cibernética, nem ao menos tentei.
Mas minha pequena anedota era, no mínimo, simpática.
Dissertei sobre minha revolta de ser obrigada a me relacionar com números. Dei voltas e voltas até chegar à conclusão de que sou grata por aqueles que calculam por mim.

Afinal, enquanto eles calculam, eu apenas sinto. Quero dizer, para que calcular o volume de um cilindro, se em minhas experiências com objetos cilíndricos a única coisa que faço é senti-los?

Mil maravilhas. Achei a perfeita metáfora, sobre o perfeito assunto para se começar um blog.
Fato que, após longas e longas horas de reflexão, resultou nisso em que vocês se deparam.

Mas devido a recentes acontecimentos, não encherei suas mentes com cilindros, reflexões ou analogias pornográficas. Começarei com um pouco mais de classe, e confesso – se me permitem o neologismo - de caretismo.

Já dizia o poeta: é impossível ser feliz sozinho. Impossível sim. Jamais imaginaria minha vida sem aqueles que me rodeiam. O fato é que tenho os melhores amigos que algum ser pensante, ou não, possa ter. E é por isso que me corta o coração ver algum deles sofrendo.
Entendo que há momentos que o sofrimento faz parte de um processo de cura, além de ser inevitável. Mas a vontade é de simplesmente avançar esse capítulo. Exatamente como quando você espera tanto a semana passar, para ver uma pessoa que completa todos esses cinco dias que ficam tão sem graça sem ela.
Ainda não posso avançar o tempo, nem mesmo curar uma ferida tão profunda. Pena. Mas para compensar minha falta de habilidades divinas, eu como uma simples mortal, ficarei sempre a distância de um saboroso café e um milagroso cigarro (e de um cheesecake, de um pão de queijo...).


Espero que voltemos a ver uma querida amiga dançando com aquele gingado que só um bicho-pau consegue ter.

Deixo um abraço,
e um pedido de desculpas por essa frase meio “non-sense” do final.

Beijos .